quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Imagens revelam a destruição em Ilhabela

Imagens revelam a destruição em Ilhabela
O paraíso conhecido como Tesouro da Colina em Ilhabela, no Litoral Norte, sofre queimadas freqüentes que já consumiram uma área de Mata Atlântica equivalente a pelos menos cinco campos de futebol dentro do Parque Estadual.
As informações são de um leitor do G1 que pediu para não ser identificado. Ele tirou fotos da destruição. As queimadas, diz, são provocadas por pessoas humildes, posseiros, que trabalham para atender ao interesse futuro de grandes imobiliárias.
O vice-prefeito da cidade, Antônio Carlos Cajado Simões (PR) afirma que recebeu as mesmas fotos e as enviou à Ouvidoria do Meio Ambiente do governo estadual em 27 de agosto. "Evidente que eu sei dessa denúncia. Na verdade estão acabando mesmo com o Tesouro da Colina", afirmou.
A área em destruição fica nas costas de um morro que localizado em frente ao continente. Quem chega à ilha não vê o crescimento das clareiras no meio da mata. O modo de agir dos grileiros é sempre o mesmo. Ateiam fogo em trechos curtos da mata seca e esperam o vento agir para espalhar as chamas. Depois da destruição, plantam bananeiras e cercam o local. Algum tempo depois conseguem a regularização do terreno junto aos órgãos públicos e finalmente vendem a grandes imobiliárias que exploram a beleza ecológica restante na ilha.
“Todos os dias há queimadas, há mais de um ano”, diz o leitor, que mora em uma propriedade regular há quase uma década. De acordo com ele, o número de vizinhos aumentou de três para pelo menos 16 casas de baixo padrão, barracos e até mesmo sobrados em poucos meses.
Fuga
O comandante da Polícia Ambiental de Ilhabela e São Sebastião, Marco Aurélio Ribeiro da Silva confirma a informação – apontada pelo leitor – de que é difícil ter acesso ao local. Ele conta que os criminosos que provocam queimadas conseguem fugir com facilidade porque conhecem bem o local e avistam os carros da polícia antes mesmo de se aproximarem. “O tempo seco assevera as queimadas. O pessoal passa, coloca fogo para manter o terreno limpo e some”, afirma. De acordo com ele, queimadas e ocupações são inúteis porque áreas nessas condições não podem ser loteadas.
A promotora pública do Meio Ambiente de São Sebastião e Ilhabela, Elaine Taborda de Ávila, diz que não conhece qualquer representação mencionando a área do Tesouro da Colina.
De acordo com ela, agressões à Mata Atlântica no Litoral Norte são constantes. O MP tem mais de 800 ações civis públicas em andamento para coibir esses crimes. Ainda segundo a promotora, atear fogo à mata não descaracteriza sua condição de área sob preservação e os autores podem ser responsabilizados criminalmente.
Fonte: G1 - Vnews

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