segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Essa é a contabilidade da política do Brasil e LN SP

Publico hoje o texto do Dr. João Lucio, do Blog ONG Olho Vivo.
http://ongolhovivo.blogspot.com/

Operação Pente Fino

O orçamento previsto para São José dos Campos, neste ano, é de 1,2 bilhão. Se você dividir esse número por 700 mil habitante, terá uma arrecadação per-capta da ordem de R$1,714,00 por habitante.

Em Caraguatatuba o orçamento previsto é de 196 milhões, que divididos por 85 mil habitantes vai resultar numa arrecadação per-capta da ordem de R$2.300,00.

Em Ilhabela o orçamento previsto é da ordem 90 milhões para uma população de 30 mil habitantes, números aproximados, resultará em arrecadação per-capta de R$3.000,00.

São Sebastião tem uma arrecadação prevista de 230 milhões, que divididos por 62 mil habitantes, resulta em arrecadação per-capta da ordem de R$3.700,00.

Levando-se em conta que nestas cidades do Litoral Norte, grande parte da população é proprietária de imóveis, que contribui com o IPTU, caríssimo por sinal, mas não usa os serviços dos municípios o ano todo. Tem-se que a arrecadação dessas cidades é altíssima e por isso, a política é tão concorrida.

Para se ter uma ideia o orçamento da Câmara de São Sebastião em 2007 foi da ordem de 13,5 milhões para custeio de 9 vereadores, o que resulta numa despesa anual de 1,5 milhões por ano, para cada vereador, ou R$125.000,00 por mês que é o custo de cada vereador, e só para discutir, título de cidadão, moções de congratulações, nome de rua para quem tenha muitos votos, bico de luz, poda de árvore, buraco de rua, o que os presidentes de sociedade amigos de bairro fariam gratuitamente.

Essa a contabilidade da política no Brasil.

Ou as pessoas elegem vereadores que possam contribuir com a mudança dessa situação, ou continuaremos vendo o dinheiro público jorrando pelos ralos da falta de dignidade pública.

A mudança do Brasil começa pelas cidades, é bom passar um pente fino nas chapas de candidatos, e em caso de dúvidas, não corra risco.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

São Sebastião, viva essa corrupção!

Bom dia, publico hoje "em partes" o último texto do Dr. Luis Tadeu, em seu blog. O Blog Livre.
Rua da Praia - dinheiro jogado fora. Foram quase R$ 8.000.000,00 gastos em uma obra mal planejada, superfaturada, feita as pressas entre outras coisinhas mais...
Apesar de São Sebastião ter somente 12,82% das preferências para passar férias, tendo ficado em último lugar no Litoral Norte, conforme pesquisa feita pelo jornal Vale Paraibano, com a afluência de um número significativo de pessoas, podemos ver que a chamada obra da Rua da Praia não comporta o movimento de uma temporada de verão.
Muitas coisas temos visto nestes últimos dias de temporada, carros parados em cima da calçada, desreipeito total com os moradores, e claro, o uso da ciclovia na rua da praia também está sendo mal utilizado, construída, logicamente, para o uso exclusivo de ciclistas. Vemos pessoas andando pela mesma, podendo-se ver mães com um carrinhos de bebê, misturando-se com aqueles que andam de bicicleta. Para complicar, a Prefeitura autorizou que fosse explorado no local o aluguel de triciclos, sendo cobrada a importância de R$ 5,00 por pessoa. Com isso, aquele espaço ficou um verdadeiro caos, com grande risco para ciclistas e pedestres.
O próprio Prefeito Municipal e seu Chefe de Gabinete foram vistos andando pela ciclovia, como se o local fosse adequado para isso. Alias, tendo em vista o modo como foi projetado, acredito que todos pensem assim.
A Rua da Praia não comporta sequer a localização de um circo. Basta vermos o que lá se encontra, ocupando grande parte do gramado ali existente. Também o parquinho de diversões, conforme já denunciado, joga ao mar dejetos de toda a espécie, poluindo nossas praias. Apesar de todo o dinheiro gasto, não existe qualquer estrutura para acomodar eventos assim.
Percebemos também as constantes quedas de energia, onde as luzes do fundo, quadras e pista de skate apagadas, viva essa emoção!
Como se tudo isso não bastasse, além da lanchonete construída com dinheiro público ter sido cedida “graciosamente” para um particular explorar, a chamada Praça da Marinha, acabada recentemente, teve o mesmo espaço licitado duas vezes.
Ela já constava da primeira licitação.
O espaço destinado ao estacionamento de veículos é muito pequeno e praticamente não existe.
A Prefeitura foi obrigada a abrir um acesso em cima da calçada, para que pudessem estacionar precariamente nos fundos do aterro, em local esburacado, escuro e sem segurança. Viva essa emoção!
É este o faraônico projeto, da maior obra construída pelo Prefeito em sua gestão.
Estamos em 2008, ano eleitoral, cabe a nós pensarmos e refletirmos sobre a atual gestão e vermos se queremos viver nesta emoção. Eu não quero, quero São Sebastião diferente e próspera, digna de se viver.
São Sebastião, viva essa Corrupção!

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Verão, e mais praias poluídas

Onze praias do Litoral Norte, entre elas as famosas Camburi e Boracéia, na costa sul de São Sebastião, e Feiticeira, em Ilhabela, estão impróprias para banho, de acordo com o boletim de balneabilidade divulgado ontem pela Cetesb (Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo).
O levantamento, o segundo divulgado neste ano, aponta que houve aumento no número de praias impróprias em relação ao primeiro boletim de 2008, divulgado no dia 4 de janeiro, quando apenas duas estavam vetadas para o banho -- Pontal da Cruz, em São Sebastião, e Itaguá, em Ubatuba.
O boletim de ontem mostra que também estão impróprias em São Sebastião as praias Toque-Toque Pequeno, Una e Pontal da Cruz. Em Ilhabela, Itaguaçu e Viana também estão vetadas.
Aparecem ainda como impróprias as praias Itaguá, na altura da avenida Leovegildo, 1.724, e Perequê-Mirim, além do rio Itamambuca, em Ubatuba. Em Caraguá, o banho de mar deve ser evitado na praia do Indaiá.
É isso, viva o Verão!

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Emissário submarino Tebar continua contaminando as águas de São Sebastião

No último estudo realizado pela Cetesb e divulgado no final do ano passado, técnicos da estatal constataram a situação do esgoto nos principais emissários submarinos de São Sebastião. O emissário do Tebar teve menor relevância nesse último estudo específico, porque a contaminação dele é tóxica, geralmente provocada amônia e boro gerada pelos efluentes lançados pelo Tebar.
Pelo Tebar entra cerca de metade do petróleo consumido em todo o país.
O estudo da Cetesb mostra que com uma porcentagem baixa de tratamento de esgoto na região, cerca de 20%, intensificado pelo alto fluxo de turistas que procuram a região na temporada, provocam o aumento da quantidade de esgotos domésticos gerados tornando a função do emissário submarino alternativa para o lançamento do esgoto.
A medida, portanto, foi criada por conta da necessidade de melhorar as condições sanitárias e a balneabilidade das praias. No Estado de São Paulo, existem sete emissários submarinos de esgotos, que lançam seus efluentes no mar após pré-condicionamento. Estes sistemas, embora tragam muitos benefícios para a qualidade das praias na medida em que afastam o esgoto delas, também podem trazer prejuízos ambientais se não forem bem dimensionados e operados. Desse modo, o monitoramento ambiental desses lançamentos é muito importante.
Conforme dados da Cetesb, o monitoramento dos emissários da costa paulista passou a ser feito a partir de 2002 e foi intensificado em 2005, quando contemplou os quatro emissários do canal de São Sebastião (o Saco da Capela, em Ilhabela; Cigarras, na costa norte de São Sebastião, Araçá e do Terminal Almirante Barroso (Tebar), ambos na região central de São Sebastião.
O emissário submarino do Tebar, segundo estudo da Cetesb, foi projetado para efluentes líquidos tratados, gerados na drenagem dos fundos dos tanques de petróleo e navios, e para águas pluviais e industriais contaminadas com óleo. Foi construído em 1967 pela Petrobrás para recepção marítima, armazenamento e bombeamento de petróleo e derivados. É o maior terminal da América Latina representando no total uma capacidade de tancagem de 2 milhões de m3 (para petróleo e derivados), destinados a abastecer quatros refinarias no Estado de São Paulo por oleodutos.
O terminal, conforme estudo da Cetesb, é constituído de um oleoduto ligando duas plataformas situadas no meio do Canal de São Sebastião (a aproximadamente 1km da costa) a um conjunto de 40 tanques de armazenamento (na parte terrestre). As plataformas foram construídas nessa distância devido às profundidades do canal, da ordem de até 40 m, o que permite aos navios de maior porte poder atracar (até 300 mil toneladas).
Na ligação entre as plataformas e a parte terrestre existe uma rede de canalizações, além das várias tubulações que escoam o petróleo e os produtos derivados até os tanques de armazenamento, entre as quais estão a canalização para escoamento da água de produção, separada do petróleo no próprio interior dos navios por diferença de densidade, para o tanque de água destinada à Estação de Tratamento de Efluentes (ETE). Ela foi implantada em 1986 e é justamente esse o ponto mais frágil do emissário.
O petróleo chega misturado à água do mar e precisa ser tratado. Quando é jogado no oleoduto tem que estar 100% separado da água. Esta que sobra é devolvida ao mar depois de passar pela ETE, onde também recebe tratamentos químicos. Os resíduos desse processo são o principal problema do emissário, segundo o advogado, ambientalista e representante do Consema, Eduardo Hipólito. “Existe amônia e boro fora dos padrões no canal de São Sebastião.
Na última licença para a Petrobrás, em 2003, foi levado pro Conselho Municipal, o resultado positivo para mutagenicidade, ou seja, os organismos marinhos podem estar sofrendo mutações genéticas”, alerta Hipólito. “Esse emissário contribui para contaminar o canal. A solução seria a Petrobras apresentar uma nova planta para a ETE”, complementa. Segundo ele, a Cetesb estaria dentro do processo de aprovação de uma nova ETE, mais afastada do centro urbano com uma eficiência maior.
De acordo com a Cetesb, existe um TAC (Termo de Ajuste de Conduta) firmado entre o Ministério Público, a Cetesb e a Petrobras, mas ainda não se sabe o que será feito efetivamente nesse sentido. “Nem a Cetesb e nem a Petrobras estão agindo. Para eles está muito bom desse jeito. Já se discute essa questão muito antes de 2003. A Cetesb aplia a multa e, enquanto isso, o Canal de São Sebastião vem recebendo contaminação,que prejudica a população, os que vivem da pesca e a vida marinha”, finaliza Eduardo Hipólito.
Análise da Cetesb
Segundo o setor de análises de águas litorâneas da Cetesb, foram feitas análises de água e sedimento no Canal de São Sebastião. “Na água é difícil de detectar e não observamos nada relevante na superfície, meio e fundo”, disse a bióloga Débora Orgler de Moura. “Com relação ao sedimento já foi possível observar no efluente do Tebar com salinidade elevada, que a densidade é superior a densidade da água do mar, portanto, se deposita no fundo”, disse ela. Com base nos resultados das análises de organismos, que vivem no fundo do mar foi observado uma alteração na densidade desses microoganismos, que são os protozoários que vivem no sedimento. “Cada organismo tem a sua função e houve impacto nessa comunidade, o que sempre tem uma implicação, porque eles estão inseridos na cadeia alimentar e podem afetar outros seres. Esse resultado é apenas um indicador de toxicidade”, revela a bióloga do setor de análises de águas litorâneas da Cetesb.
A Cetesb realizou esse trabalho em parceria com o Instituto de Geociências da USP, que colaborou nas análises biogeoquímicas e da microfauna dos sedimentos e na interpretação integrada de todos esses componentes ambientais.
De acordo com as informações contidas no texto original do estudo, o trabalho realizado em cooperação com outras entidades demonstrou que o monitoramento da operação dos emissários submarinos, por meio da avaliação da qualidade ambiental, constitui ferramenta fundamental no suporte às decisões técnicas sobre instalação, operação e manutenção desses sistemas tendo sido útil nos processos de licenciamento desses empreendimentos.
“A Cetesb espera, com base no levantamento realizado até o momento, reunir informações sobre as alterações decorrentes da operação dos emissários na costa paulista e acredita que com o prosseguimento do monitoramento será possível um melhor diagnóstico da qualidade ambiental das áreas sob influência desses lançamentos, que servirá como subsídio para o planejamento, projeto e operação de emissários submarinos no Estado de São Paulo e também para o Brasil”, dizia o texto. Apesar disso, o resultado das análises relativo ao ano de 2006, ainda não saiu da estatal e está sem data definida para ser divulgado.
A Petrobras foi procurada na última sexta-feira e prometeu uma resposta até ontem. Porém, até o fechamento desta edição, a assessoria de imprensa não havia retornado as ligações.
Fonte: Jornal Imprensa Livre : Matéria de 8/01/2008