sexta-feira, 18 de maio de 2007

Petrobrás despeja poluentes no canal de SS

Estatal lança resíduos contaminados com amônia e boro no mar, diz relatório da Cetesb.
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Medições feitas pela própria empresa e pela prefeitura apontam que dejetos tóxicos jogados no litoral estão bem acima dos níveis aceitáveis A Petrobras lança resíduos contaminados com amônia e boro, um metal pesado, no canal de São Sebastião (litoral norte de São Paulo).
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As águas do canal banham praias -além de São Sebastião- da vizinha Ilhabela. Também é um local de concentração de colônias de pescadores.A contaminação, admitida pela Petrobras, foi apontada ontem pela Cetesb (agência ambiental paulista) na apresentação dos relatórios de qualidade ambiental do Estado.
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Os resíduos chegam ao canal pela tubulação (emissário marítimo) que a Petrobras opera para despejar no canal restos do processamento do petróleo. Passam pelo Tebar cerca de 70% do petróleo do país.Segundo Eduardo Hipólito do Rego, do Consema (Conselho Estadual do Meio Ambiente), medições a pedido da Prefeitura de São Sebastião apontavam, há quatro anos, indícios de amônia na água do mar bem acima dos níveis aceitáveis.
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Na época, houve casos de até 125 mg/litro, para um limite de 20 mg/litro. As concentrações são estabelecidas por resolução do Conama (Conselho Nacional de Meio Ambiente).O emissário marítimo da Petrobras lança por hora 120 mil litros de água com excesso de contaminação no canal de São Sebastião.
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Medições da própria Petrobras apontam que o índice de boro atinge até 35 mg por litro de resíduos, 600% mais do que o máximo permitido. No caso da amônia, o valor é de 90 mg/l a 100 mg/l -o índice máximo aceitável é de 20 mg/l.Como a ETE (Estação de Tratamento de Efluentes) não conta com a tecnologia adequada, segundo a Cetesb, nem todos os contaminantes são eliminados. Em razão dessa deficiência, a Petrobras não obteve licença para operar o sistema.
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Os metais pesados se acumulam no organismo ao longo do tempo depois de ingeridos através de pescados, por exemplo, e são considerados potenciais causadores de câncer. De acordo com a Cetesb, a amônia é tóxico ""bastante restritivo à vida dos peixes" e reduz o nível de oxigênio na água. O gerente do departamento de tecnologia de águas superficiais da Cetesb, Eduardo Mazzolenis de Oliveira, afirma que o emissário da Petrobras só vai receber licenciamento ambiental quando o projeto for adaptado às exigências legais.
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"Estamos discutindo isso há muito tempo. A Petrobras discorda de alguns parâmetros que fixamos", disse. Para adaptar o sistema e corrigir a falha, a empresa petrolífera afirma que vai investir R$ 120 milhões até 2009.
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SABESP
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Além da Petrobras, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) também precisa aperfeiçoar o tratamento do esgoto lançado no litoral por seus sete emissários marítimos. O tratamento, afirma a Cetesb, é insuficiente para enquadrar o esgoto às normas do Conama.
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Segundo Fernando Rei, diretor-presidente da Cetesb, "houve um tempo em que se acreditava" que os emissários eram adequados. "Mas o monitoramento mostra que não é a melhor solução. É preciso fazer um tratamento primário [retirar sólidos em suspensão] antes de lançar ao oceano. Já seria um ganho extraordinário", disse. Hoje, é feito apenas um tratamento preliminar do esgoto -é como se o efluente fosse apenas peneirado.
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O diretor de tecnologia e planejamento da Sabesp, Marcelo Salles, diz que a empresa vai investir na melhoria do sistema no emissário de Santos, que opera há 30 anos, além de instalar em Praia Grande um emissário moderno.
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FOLHA DE SP - 16 DE MAIO DE 2007
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Enquanto isso, esperamos até 2009, e nosso canal vai sendo poluído.
Proponho uma manifestação, será que é bobagem?
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Abraços, Caipora (estou de volta!)

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