AMAZÔNIA - Uso e Abuso
Ao contrário do que muitos pensam, a maior parte da madeira ilegal que vem da Floresta Amazônica é consumida pelos próprios brasileiros. A Amazônia, seus problemas e desafios, parecem estar muito distantes da vida cotidiana para a maioria dos moradores das grandes capitais do país. Porém, a realidade dos fatos não é bem essa. Telhados, móveis, batentes entre tantos outros produtos consumidos por paulistas, cariocas e mineiros, por exemplo, são fabricados com madeira vinda diretamente da Floresta Amazônica. De acordo com dados do relatório “Acertando no Alvo”, realizado pela sociedade Amigos da Terra em parceria com o IMAFLORA (Instituto de Manejo e Certificação Florestal) e o IMAZON (Instituto para o Homem e Meio Ambiente na Amazônia), mais de 85% da madeira retirada da Amazônia é usada no Brasil. E as regiões Sul e Sudeste são justamente os maiores mercados, com um consumo mais de duas vezes superior ao do que é exportado para a União Européia, maior importador de madeira da floresta tropical brasileira. Segundo o mesmo relatório, a cada cinco árvores cortadas na Amazônia, uma é destinada ao Estado de São Paulo. São 3 milhões e 600 mil metros cúbicos de toras consumidas no estado por ano, quantidade que faz de São Paulo o maior comprador nacional de madeira da Amazônia, de acordo com dados publicados pela organização ambiental Greenpeace. No total, o estado consome 30% de toda a madeira produzida no país, dos quais 70 % vem da Amazônia. A madeira é vendida sob diversas formas, como toras, laminados, cerragem e até carvão, e abastece um mercado que aparentemente não pára de crescer. O principal destino da madeira amazônica em São Paulo é a construção civil, principalmente para a fabricação de estruturas de telhados de casas (42%). Em segundo lugar estão os andaimes e fôrmas para concreto (28%). Os móveis populares representam 15%; forros, pisos e esquadrias somam 11%; casas pré-fabricadas de madeira 3% e móveis finos e peças de decoração apenas 1%. A situação é ainda mais grave para as espécies de árvores cuja madeira alcança alto valor de mercado, como é o caso do mogno. Atualmente, 20% de todo o mogno extraído da Amazônia é levado também para as regiões sul e sudeste. De acordo com cálculos do movimento “Troque o mogno por eucalipto”, se um quinto dos consumidores de mogno dessas regiões deixarem de comprá-lo, seria evitado o corte de 175 mil árvores na Amazônia por ano. Isso corresponde a uma área equivalente a 5,5 campos de futebol. Segundo dados divulgados pelo Greenpeace, no total, foram desmatados 26.130 km2 de florestas amazônicas apenas entre os anos de 2003 e 2004 – área maior do que a do estado de Sergipe. E mais de 70% do desmatamento ocorreu ilegalmente. Fonte: Instituto Akatu Leia a matéria na íntegra aqui >>
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